Um ambicioso projecto formativo prepara-se para capacitar mais de 95 mil jovens angolanos em competências digitais de ponta e formação técnico-profissional em sectores estratégicos como agricultura e transportes inteligentes climaticamente. Esta iniciativa, alavancada por um empréstimo de 79,08 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), visa combater o desemprego e fomentar o empreendedorismo juvenil, inserindo-se numa estratégia nacional de modernização económica.

Aprovado em 2024 pelo Conselho de Administração do BAD, o financiamento foi oficializado através do Despacho Presidencial n.º 21/25 de 16 de Janeiro, no qual o Presidente João Lourenço autorizou a ministra das Finanças a liderar as negociações e a assinatura do acordo, em representação do Estado angolano.

Batizado de “Projecto de Emprego dos Jovens de Angola” (AYEP ou Projecto Crescer), o programa será implementado entre 2025 e 2029 sob coordenação do Ministério das Finanças (MINFIN). Os objectivos centrais incluem:

  • Desenvolver competências técnicas e ecológicas alinhadas com demandas do mercado;
  • Estimular criatividade e inovação através de apoio a startups e acesso a financiamento não convencional;
  • Potenciar sinergias entre formação académica e oportunidades em sectores produtivos.

Com um custo total de 124,68 milhões de dólares, o projecto contará com um co-financiamento tripartido:

  • 63,4% (BAD) | 23,3% (Governo de Angola) | 0,4% (sector privado).

Foco geográfico e potencial estratégico

A acção concentrar-se-á em 8 províncias – Luanda, Huíla, Huambo, Benguela, Cabinda, Cuanza Sul, Bié e Malanje –, regiões seleccionadas pelo seu potencial agroecológico e pela localização privilegiada ao longo do Corredor do Lobito. Segundo o MINFIN, estas áreas combinam infraestruturas de processamento em expansão, instituições de formação qualificadas e terrenos agrícolas aptos para práticas sustentáveis, criando um ecossistema ideal para a transição rumo a uma economia verde e digital.

Este investimento representa não apenas um salto na capacitação da juventude, mas um marco na diversificação económica de Angola, integrando inovação tecnológica e responsabilidade ambiental como pilares do progresso nacional.

Fonte: https://pti.ao/